terça-feira, 5 de julho de 2016

LANÇAMENTOS COMENTADOS



SIXX: A.M - Prayers For The Damned
Confesso que não esperava um disco acima da média na cena mainstream recente, que bom que me enganei. Esse projeto de muito bom gosto liderado pelo baixista do Motley Crue NIKKI SIXX, que ainda conta com o bom guitarrista DJ ASHBA (Ex Guns n Roses) tem faixas consistentes com bons riffs e refrões, além de muito bem produzido. Soando como uma mistura de Stone Temple Pilots, Shinedown e Velvet Revolver, o disco transcende de faixa a faixa de maneira quente, trazendo o ouvinte para bem perto das canções que são bem fáceis de assimilar. Gostei muito das linhas de guitarras cobertas com boas camas de teclados e sintetizadores, sem soar fake. A temática do disco gira em torno de momentos de reflexão através de sofrimento e pensamentos obscuros de uma humanidade desvairada e fatalmente perdida. Até onde li a respeito, esta é a primeira parte de um álbum duplo, ou seja, talvez ainda este ano venha a segunda parte por aí. Tomara que seja tão boa quanto esta. Este é o quarto e melhor disco da banda, totalmente indicados aos amantes de um bom Hard Rock moderno. Recomendo muito! Ouça a primeira faixa "Rise" e entenda o que digo.  Nota: 8,5 



RED HOT CHILI PEPPERS The Gateway
A expectativa em cima do novo disco dos ex doidões do funk rock mais carismático do planeta era grande como sempre, e a entrega do disco foi deveras decepcionante, de novo. Como se tem visto desde o lançamento do ótimo Californication em meados de 99, a banda tem ficado presa numa formula radiofônica pop e parece não saber mais sair dela, apesar deste álbum parecer  uma tentativa, inútil, porém verdadeira de voltar às raízes. Exceto por duas ou três faixas, o álbum inteiro parece sobras de estúdio bem produzidas e gourmetizadas. Ter abandonado o ótimo produtor Rick Rubin após anos de trabalho juntos, merecia ares novos e uma roupagem nova. Não acontece! O disco por vezes parece meio espacial, perdido dentro de uma harmonia quase que igual, a voz de Anthony Kids soa enjoada e arrastada a partir da metade do disco. Outro fator decepcionante deste registro é o excesso de pianos e efeitos nas faixas, pois não vão de encontro com a proposta sempre alegre e crua do Red Hot, a falta de uma bateria mais onipresente e das pancadas avassaladoras no baixo do Flea deve ser destacadas também. De verdade? Existem momentos no disco que parecia ouvir um cd do Cold Play ou Noel Gallagher. Aonde foi parar o Groove da banda e aquela energia perdidos há tempos? Esse guitarrista novo não convenceu ainda e não faz nem sombra à John Frusciante. A quantidade de baladas chatas estão esparramadas aos montes pelas sofríveis 13 faixas do álbum, tornando a audição mais preguiçosa ainda. Neste caso foram necessárias algumas ouvidas a mais do que de costume para poder parecer justo aqui. Não há um possível hit presente sequer aqui! Não fiquei satisfeito (mais uma vez) com mais este disco dessa banda que gosto e admiro muito. E pela capacidade musical de todos os envolvidos, sabemos que podem entregar um resultado bem melhor e mais empolgante para os fãs, novos e velhos da banda. Continuo de braços cruzados esperando mais de vocês, rapazes.
Nota 4,0